STAR WARS: OS ÚLTIMOS JEDI – Crítica do Filme

E aqui estou eu de novo pra baixar as suas expectativas em relação a um filme. Como vocês podem notar eu estou resfriado, com uma voz meio estranha, mas não posso deixa esse hype de Star Wars passar, então eu tive que gravar e é bom eu avisar: metade deste vídeo não tem spoiler, metade tem.

Primeiro eu vou comentar sobre o enredo, e quando eu for começar a falar sobre os spoilers vocês serão avisados, ninguém aqui será pego de surpresa Podem ficar tranquilos Bora falar de Star Wars: Os Últimos Jedi Apesar de ter cenas grandiosas, Os Últimos Jedi sofre bastante para se confirmar como um filme épico. Eu saí do cinema com a sensação de ser um filme pequeno disfarçado de grande, que cumpre capengamente a jornada do herói, prometida desde sempre, pela metade.

O filme não sabe onde está nem onde quer chegar

A maior crítica que eu tinha em relação ao filme anterior, O Despertar da Força, era a de que era um reboot remake continuação do primeiro Star Wars, Uma Nova Esperança, com o mesmo roteiro, os mesmos detalhes, até mesmo os novos personagens pareciam os antigos, um grande tributo ao trabalho de George Lucas com poucas novidades. O Despertar da Força foi uma jogada segura da Lucasfilm, e funcionou lindamente, eu saí do cinema feliz e com vontade de rever o filme imediatamente. Já em Os Últimos Jedi eu fiquei com a sensação de que é um filme que não sabe onde está nem onde quer chegar. O roteiro e a direção são de Rian Johnson, que entrega um roteiro bem simplista: Depois da destruição da estação Starkiller a Primeira Ordem continua a dominar a galáxia, e agora caça implacavelmente os Rebeldes, enquanto a esperança repousa no possível retorno de Luke Skywalker. E é isso.

Os dois primeiros terços do filme se passam com os cruzadores imperiais caçando implacavelmente as naves rebeldes, que não conseguem se desvencilhar deles por falta de combustível. Não, no espaço não tem barulho mas eu faço. E o último terço segue na esperança por trás de Luke Skywalker.

Perseguição, perseguição…

Simplificando bastante, é isso. Perseguição, perseguição, Luke Skywalker. Os Últimos Jedi não é exatamente uma melhora em relação ao trabalho inicial de JJ Abrams. A narrativa tem um ritmo bem diferente da colocada por JJ Abramns e passa a sensação de que a idéia é quebrar esse ritmo. São duas batalhas espaciais longas, com um arco principal que insiste na fuga dos rebeldes, enquanto outros três arcos paralelos aparecem de maneira independente, tudo num ritmo meio frenético que gera uma certa bagunça visual, que quebra completamente o ritmo tradicional de Star Wars. Mas não foi isso que me incomodou.

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Os personagens que adoramos estão lá, batalhas espaciais, correria, cenas engraçadinhas, tudo é bem divertido. O problema é que depois de mastigar o enredo eu comecei a ficar incomodado com as bobagens que o filme apresenta. Todo mundo sabe que Star Wars não é ficção científica, é fantasia, e a gente gosta de algumas bobagens. Mas ainda assim o enredo se apoia em soluções ridículas que não tem como a gente não parar para pensar nelas. E é agora que eu vou começar com os Spoilers!

Spoilers!

O filme começa com a Primeira Ordem na caça dos Rebeldes, em uma batalha agitada ao estilo Star Wars, que adoramos ver. Poe Dameron, piloto rebelde que adora subir num X-Wing e destruir coisas destrói coisas e a gente adora Acaba até por destruir toda a frota de bombardeiros própria, da Aliança Rebelde, mas ok. Na fuga, os rebeldes descobrem que agora a Primeira Ordem consegue persegui-los mesmo depois dos saltos no hiperespaço. Então, a solução é manter uma distância segura dos cruzadores espaciais, para economizar combustível até terem alguma ideia brilhante de como escaparem da Primeira Ordem. Curiosamente, é a primeira vez que eu vejo um problema de combustível em toda a saga Star Wars.

Não me lembro nem da lata velha da Millenium Falcon ter tido esse problema. Estraga coisa, quebra coisa, mas combustível nunca falta. Enquanto os rebeldes estão com a polícia na cola deles, no primeiro arco paralelo a Rey tenta convencer Luke Skywalker a ajudar os rebeldes, e todo esse arco se baseia no velho mestre recluso que se recusa a ajudar a personagem mas depois passa a treiná-la, enquanto ela descobre todo o seu poder, e Luke Skywalker se transforma numa mistura de Yoda e Mr Miyagi. Enquanto isso os rebeldes estão sendo perseguidos pela Primeira Ordem.

Uma nova personagem aparece

Notem, em dois terços do filme os rebeldes estão sendo perseguidos pela Primeira Ordem. Aí o Finn tenta procurar a Rey, uma nova personagem aparece, os dois se juntam, descobrem imediatamente como a Primeira Ordem consegue perseguir os Rebeldes pelo hiperespaço, e decidem invadir um cruzador espacial para desligar o negócio lá. Não tem elemento mais Star Wars que invadir uma nave gigante para desligar algo dentro dela. Filme de Star Wars sem isso não é filme Star Wars. Só que para invadir a nave eles precisam da ajuda de um cara que está em um planeta distante e eles tem 18 horas antes de acabar o combustível da nave rebelde em perigo para irem até o tal planeta distante e voltarem.

E com a ajuda do Poe Dameron, Finn e Rose partem para esse segundo arco paralelo. E aí começam os meus problemas com o roteiro: Não era só enfiar todos os rebeldes em naves de fuga como a do Finn e mandar cada um para um canto do universo? Salvava todo mundo e no próximo filme era só juntar os rebeldes de novo. Problema resolvido, o resto do filme poderia focar no ressurgimento de Luke Skywalker. Mas não, precisamos manter a interminável perseguição da Primeira Ordem, pra encher linguiça, e porque também visualmente é mais legal. Esse arco do Finn parece ser uma tentativa de validar o personagem, que se a gente pensar não serve pra muita coisa.

Porquê Luke Skywalker?

Ele teve um papel importante em O Despertar da Força, mas agora ele é apenas um peso morto pra toda a saga. Acontece que esse arco, além de se provar desnecessário, apenas pra encher linguiça, me lembrou demais as coisas ruins da segunda trilogia Star Wars. Aquela que os fãs reclamam de ter uma correria desmedida, personagens em CGI bem esquecíveis e muita tela verde. E é bem isso que a gente recebe, uma coisa meio George Lucas, e o Finn descobre que o planeta é administrado por comerciantes que lucram vendendo naves e armas para os dois lados do conflito. E que crianças são usadas como escravas. Se você se lembra, foi na segunda trilogia que vimos crianças escravas e comerciantes de armas.

Aí o Finn volta disso tudo em tempo, invade o cruzador da Primeira Ordem, e, no final, das contas o plano não serve pra nada e eles são presos. Mais uma péssima solução apoiada por Poe Dameron Enquanto isso a Rey começa a falar por WhatsApp com o Kylo Ren, em uma das cenas que não tem nada a ver de toda a saga, e os dois fazem amizade, trocam likes no Facebook e se seguem no Instagram. A Rey, que se mostra poderosíssima, ainda é inocente e só faltou mandar nudes para o KyloRen.

Tanto que em determinado momento ela, por iniciativa própria, abandona o planetinha do Luke e se entrega para a Primeira Ordem. E, não se esqueça, isso tudo acontece enquanto a nave dos rebeldes continua a ser perseguida pelos cruzadores da Primeira Ordem.

Snoke, o Líder Supremo

Agora vamos falar um pouco de Snoke, o Líder Supremo. Mas é pouco mesmo, porque na verdade ele aparece muito pouco, fala meia dúzia de frases impactantes, toca o terror na Rey e morre. Os fãs, que por quase dois anos desenvolveram milhares de teorias sobre o Snoke, quem era, o que comia, onde vivia, com certeza vão ficar frustrados. Eu fiquei frustrado, e olha que eu não tinha nenhuma teoria. E os rebeldes continuam a fugir da frota da Primeira Ordem.

General Leia e os rebeldes

Ah, eu esqueci de falar, a General Leia, na primeira batalha, é arremessada para o espaço depois de uma explosão e, sem nenhuma boa explicação, sobrevive. Coisas que só a Força faz por você. Mas voltando aos rebeldes, que continuam a fugir da Primeira Ordem. Entra em cena a Almirante Holdo, Hodor, sei lá, e ela decide tirar todo mundo da nave que é perseguida pela frota da Primeira Ordem. Na nave do Snoke Rey meio que se junta ao Kylo Ren após a morte de Líder Supremo e, numa cena de luta bem bonita, que termina com os dois se desentendendo, o Kylo diz pra Rey que ela não é ninguém, que os pais dela eram catadores de lixo, vai cada um para um lado, eu sou o bem, você o mal, a Rey escapa não sei como e a história continua. Eu gosto da idéia da Rey não ser ninguém, de não ter ligação com os Skywalker ou ser filha de algum personagem conhecido.

Acho que é um tremendo passo para expandir ainda mais o universo, isso se essa informação não for desmentida no futuro. Daí Poe Dameron, em mais uma péssima escolha, decide se amotinar para dar tempo de salvar Finn e Rose – vamos sacrificar o que resta da Aliança Rebelde por causa de duas pessoas que não serviram para nada na história até agora. Enquanto isso, lá no planetinha do Luke, ele tem cinco minutos e decide destruir tudo, queimar a árvore dos Jedi, cansei dessa vida, só aparece o Yoda – uma versão em boneco do Yoda, que eu adorei, foi a coisa mais legal de todo o filme.

E o Yoda mesmo taca fogo em tudo pra mostrar que Asgard não é um lugar, é um povo, não pera. Pra mostrar que o poder dos Jedi não está em um lugar, está no todo. Aí o motim do Dameron não dá em nada. O BB8 salva o Finn e a Rose, a Rey escapa da nave do Snoke sei lá como e, num plano genial da Almirante Holdo – também conhecido como estamos nesta parte do universo e existe alí, ó, bem alí, uma base abandonada dos Rebeldes que ninguém sabe que existe.

Os rebeldes finalmente abandonam a nave perseguida pela Primeira Ordem. A Almirante Holdo, num ato de sacrifício decide ficar na nave, mas o Kylo Ren percebe que os rebeldes estão fugindo e começa a atirar nas naves pequenas, até que a Holdo faz uma manobra óbvia mas extremamente funcional e ataca a nave do Snoke com um salto no Hiperespaço e ela entregou uma das cenas mais bonitas de Star Wars de todos os tempos. O cinema veio abaixo nesse momento, mais até do que na cena em que aparece o Yoda.

Batalha no planeta Hoth

Aí finalmente acaba a perseguição da nave rebelde pela Primeira Ordem. E os rebeldes chegam no planetinha abandonado e nisso nossa nostalgia é arremessada para a cena de batalha no planeta Hoth, em O Império Contra Ataca. A primeira Ordem vai atrás deles, desce o exército com uma mini estrela da morte – Star Wars sem Estrela da Morte não é Star Wars – o Poe Dameron tem outra idéia genial que não dá absolutamente em nada, a Rey aparece com a Millenium Falcon, o Finn vai para o sacrifício E eu torcendo para o Finn morrer, ia ser um grande impacto para a saga, mas não, a Rose salva ele no último segundo – naquelas cenas que não fazem o menor sentido, o Finn tá lá na frente e a Rose aparece de lado, mas ok, Star Wars é fantasia e a gente compra essas coisas. Até que os Rebeldes estão praticamente derrotados, pra variar, em mais um Deus Ex Machina Deus Ex Machina, pra quem não sabe, é a famosa Sétima Cavalaria.

É a solução que surge do nada, é a Millenium Falcon salvando o Luke Skywalker no final de Uma Nova Esperança. E, em praticamente todas as cenas de luta de Os Últimos Jedi, tem um Deus Ex Machina O filme poderia se chamar: Star Wars: Ex Machina Mas vamos ao que interessa, antes dos rebeldes encontrarem seu fim aparece ninguém menos que LUKE SKYWALKER, que muda o jogo, toca o terror, provoca Kylo Ren e leva a platéia ao delírio. Só essa cena já vale o filme todo, a gente até esquece da perseguição da nave rebelde pela frota da Primeira Ordem Enquanto Luke enfrenta Kylo Ren, Poe Dameron tem mais uma péssima idéia e leva o que restou dos rebeldes para um beco sem saída, e se não fosse pela Rey eles estariam todos perdidos.

Poe Dameron é um péssimo estrategista, não acerta uma: na verdade é ele quem ferra com toda a frota rebelde: destrói os bombardeiros, atrasa a fuga, ataca o império no planetinha lá e depois desiste na metade, lidera os rebeldes para um beco sem saída Daqui a pouco a gente descobre que na verdade ele é um traidor Só pode! Daí descobrimos que o surgimento do Luke não era nada além de uma projeção para enganar o Kylo e salvar os rebeldes, e Luke, ainda no planetinha dele, morre por causa do esforço e desaparece no ar Eu espera mais da morte de Luke Skywalker O personagem foi o centro de toda a saga até o George Lucas decidir trocar a jornada de Luke Skywalker pela ascensão e queda de Anakin Skywalker.

Eu tenho um grande carinho pelo personagem, acho que a cena final foi bem bonita e poética, mas não fez jus a jornada do herói Eu acho que agora eu tou reclamando porque gosto do personagem, não queria que ele se fosse Curiosamente, mesmo com a morte da Carrie Fisher, a general Leia NÃO morre no filme Vamos ver como eles vão resolver esse problema em Episódio IX E é isso.

Fim O engraçado que parece que não sabiam como terminar o filme Quando o Luke enfrenta o exército da Primeira Ordem a gente pensa: vão acabar com o filme nesse ponto, pra gente ficar com uma expectativa enorme para o próximo, mas não, tem mais Aí a Rey chega, parece que o filme vai acabar, e não Tem mais.

Aí o Luke desaparece, ok, agora o filme vai acabar, e não Tem mais! Aí os rebeldes estão tristes e sofrendo, e agora vai acabar o filme, e não E continua assim por mais duas ou três cenas e tudo parece interminável! Conclusão: Se não fosse pelas péssimas escolhas do Poe Dameron a gente não teria nem enredo Eu não me diverti tanto com Os Últimos Jedi como eu me diverti com O Despertar da Força ou Rogue One – apesar que Rogue One me ganhou apenas com a cena final, então não conta E enredo de Episódio VIII me pareceu pequeno demais para uma saga épica como é Star Wars, longo demais – tem duas horas e meia e dava pra tirar uma hora facilmente sem fazer falta, e não fica a sensação de estarmos no meio de uma trilogia.

Parece que serve apenas pra contar uma história paralela e eliminar personagens que não encaixariam no futuro Vocês se lembram da explosão do Alto Pardal, em Game of Thrones? Aquilo foi uma jogada pra eliminar trocentos personagens da série e fazer o enredo andar mais rápido Fica a impressão de que Os Últimos Jedi é um episódio que serviu da mesma maneira pra limpar os excessos Eu gostei, mas esperava mais Bem mais.

Eu reclamei da versão do JJ Abrams ser basicamente uma grande homenagem a George Lucas, mas agora eu fico feliz dele voltar para ser o diretor de Episódio IX Ele é um diretor muito melhor que o Rian Johnson O QUE VOCÊ ESPERA DOS PRÓXIMOS STAR WARS? Deixe a sua resposta nos comentários e não se esqueça de se inscrever para mais vídeos do Nerd Rabugento Uma coisa que eu percebi em Os Últimos Jedi é que a cota dos alienígenas no universo Star Wars trocou de mãos, e agora essa cota foi para as Mulheres Enquanto na trilogia original só tínhamos a Princesa Leia como papel feminino, a princesa a ser salva, agora temos a Leia, Capitão Phasma, Almirante Holdo, Rey, Jyn Erso, Rose Tico e a Maz Kanata, que é a única alienígena feminina nessa história toda.

Antes que os Social Justice Warriors comecem a atirar pedras e me chamar de machista, eu não tou reclamando disso, acho bem justo, a mulherada tem mais é que ganhar o seu espaço no cinema mesmo Só não acho justo com os aliens, né? Coitados Eu tenho pedido nos últimos vídeos para vocês me seguirem no Instagram e parece que vocês, que são sensacionais, atenderam, e o número de seguidores deu um salto enorme Mas precisa crescer um pouquinho mais Ainda não atingi a meta esperada, então se você que assiste a este vídeo, curtiu este vídeo, é uma pessoa de bom coração e que quer que o canal cresça, me segue lá no Instagram, por favor, clique no link na descrição do vídeo.

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