Filme de Charles Chaplin sobre a Revolução Industrial

Com o intuito de tornar as aulas mais interessantes e dinâmicas, os professores buscam utilizar novos recursos didáticos para ajudar no processo do ensino e da aprendizagem. Nesse caso, uma das melhores formas de fazer isso é utilizar filmes que possuam relação com aquele conteúdo que está sendo estudado, de modo que os alunos possam visualizar aquilo e entender a relação que possui com o assunto. Um dos melhores filmes para contextualizar o fenômeno da revolução industrial é o filme de Charles Chaplin sobre a Revolução Industrial. Ele é usado por diversas escolas ao redor do país e de todo o mundo, graças ao rico conteúdo presente na trama.

Nesse sentido, o filme aborda o conceito de trabalho, assim como os principais modelos de produção utilizados na época, como é o caso do Fordismo e do Taylorismo. O responsável por protagonizar o filme é o gênio Charles Chaplin, sendo uma excelente escolha de tema para que o professor possa trabalhar em conjunto com os materiais teóricos. A seguir, iremos falar um pouco mais sobre o filme de Charles Chaplin sobre a Revolução Industrial e alguns conceitos abordados por ele. Portanto, para ficar por dentro de tudo que separamos sobre o tema, continue lendo este texto e tire todas as suas dúvidas.

Conceito de trabalho segundo o filme

A origem da palavra trabalho é frequentemente atribuída ao latim tripalium, uma ferramenta de tortura usada para perfurar prisioneiros de guerra e escravos fugitivos. Assim, em seus próprios termos, o trabalho carrega muito esforço e infelicidade, o que é perfeitamente compreensível em uma sociedade onde predomina o trabalho forçado, onde atividades produtivas como na Grécia e Roma antigas eram desprezadas e realizadas apenas pela sociedade escravista, isso é completamente compreensível. 

Os homens se envolvem em atividades intelectuais relacionadas à ciência e à arte. Pode-se dizer que o trabalho é o ato do homem de transformar conscientemente a natureza. É um ato do homem em harmonia com a natureza, regulando e controlando seu metabolismo. A origem do trabalho está na necessidade do ser humano de suprir suas necessidades básicas. O que mudou é o modo de produção, a tecnologia utilizada e a relação entre o sujeito produtor e o sujeito proprietário do produto produzido.

O filme de Charles Chaplin sobre a Revolução Industrial retrata a vida nos grandes centros urbanos dos Estados Unidos em 1930, de modo a demonstrar quais são os métodos utilizados na produção industrial, baseando-se na especialização e divisão do trabalho em linhas de montagem. Tanto o Fordismo quanto o Taylorismo são considerados modelos de produção que se baseiam na divisão de trabalho. Isso significa dizer que cada funcionário é responsável por determinada etapa no processo de produção. Assim, a produção deve ser feita em menor tempo e a repetição dos exercícios pelos funcionários poderá causar alienação do mesmo. 

Este fato é retratado no filme, onde o personagem principal, Carlitos, é um trabalhador apertando parafusos em uma linha de montagem, e devido à prática excessivamente repetitiva, Carlitos continua fazendo movimentos mesmo fora de suas funções industriais, como se estivesse apertando os parafusos presentes na linha de montagem. Várias características do taylorismo e do fordismo são mostradas no filme. 

Os problemas de alienação física e ideológica causados ​​por esses modos de produção são abordados na forma de arte, ironicamente por Charles Chaplin. O filme faz uma dura crítica ao sistema capitalista e aos métodos de produção industrial. Depois do taylorismo e do fordismo, o filme Tempos Modernos pode ser exibido aos alunos. Em seguida, debata o conteúdo teórico e os pontos em comum do filme, permitindo que os alunos expressem plenamente seus pontos de vista.

Personagem Carlitos e a inadequação com o trabalho

A inadequação da alienação de Carlitos funciona de forma bastante evidente ao longo do filme. Como trabalhador, lutou para se adaptar, para se encaixar no novo mundo da produção em massa, grandes máquinas, exploração do trabalho, greves, marketing industrial e sindicalização. Essa inadequação ocorre no início do filme, quando aparece um rebanho de ovelhas brancas, das quais apenas uma é negra, o que obviamente representa o próprio Carlitos.

Filme de Charles Chaplin

 A cena das ovelhas se mistura com a cena dos trabalhadores entrando na fábrica, como se fossem animais para serem abatidos, mas na verdade são produzidos na fábrica. Como operário de fábrica, Carlitos se deparou com um cinturão de produção estilo Ford que não parava de acelerar o ritmo de produção, tornando a relação entre homem e máquina tão contraditória que o próprio Carlitos foi engolido pela máquina e saiu de lá louco.

O conflito entre trabalho e capital é muito óbvio no filme. O patrão fica em uma sala fazendo quebra-cabeças e lendo jornais, enquanto monitora todos os movimentos dos trabalhadores e dita o ritmo da produção por meio de monitores. Em outras passagens, a inadequação de Carlitos na obra alienante se reflete nas muitas tentativas de trabalho que o personagem enfrenta. Quando conseguiu um emprego no cais depois de sair do abrigo, conseguiu lançar um barco ao mar com um simples gesto.

Quando o personagem se torna o guarda da loja de departamentos, além de não conseguir evitar saques, ele consome os produtos da loja, traz os amigos para dentro da loja e dorme no trabalho. Como ajudante de mecânico, Carlitos continuamente mostrava sua inadequação em ajudar o mecânico-chefe, fazendo com que ele também fosse comido pelas máquinas. Sua incapacidade de servir mesas também ficou evidente quando assumiu o papel de garçom.

Conclusão

Filme de Charles Chaplin sobre a Revolucao Industrial

Mesmo com todas as críticas sociais, a resposta do personagem Kalitos ao sistema é feita de forma individual e não coletiva. Quando a Grande Depressão de 1929 aconteceu, assim que o personagem estava saindo do hospital psiquiátrico, ele foi preso sob a acusação de ser um líder do Partido Comunista por segurar uma bandeira na frente de uma multidão de trabalhadores marchando nas ruas. Carlitos era visto como um cidadão comum, mas foi acusado de liderar uma revolta operária pelo simples gesto de tentar devolver uma bandeira que havia caído de um caminhão. Em outra ocasião, também foi acidentalmente acusado de agredir um policial que veio reprimir a greve durante uma greve na fábrica onde trabalhava.

No fim do filme, quando uma amiga fica indignada com toda a situação da perseguição, sofrimento e desemprego, ela pergunta: “Para que isso?” Carlitos responde: “Mantenha a cabeça erguida e nunca desista da luta”. No entanto, a resposta dos dois não foi enfrentar a capital, mas retirar-se da cidade e ir para o campo.

Assista ao filme Tempos Modernos completo aqui: