Oi, eu sou Gustavo Cunha, e hoje é dia de review sem spoilers de Alita – Anjo de Combate Esse filme só vai estrear na quinta-feira, mas eu tive a oportunidade de assistir ele antes para poder fazer esse vídeo para você
Aliás, eu gostaria de agradecer ao Espaço Z, à Fox Filme Brasil e ao Imax por possibilitarem que eu fizesse esse review bem antes do fim de semana para você poder se programar Alita – Anjo de Combate conta a história de um futuro apocalíptico No século 26, a sociedade se divide basicamente em duas classes apenas Uma pequena parcela de seres humanos mais abastados vivem em uma cidade chamada Zalem, que flutua nos céus Nessa cidade, não existe pobreza, nem crimes e nem poluição – olha que coisa maravilhosa
Enquanto isso, abaixo dessa cidade, existe uma outra, conhecida como a Cidade de Ferro, onde fica todo o resto da população É claro que esse lugar é a terra dos excluídos Uma grande parte da Cidade de Ferro, aliás, é composta apenas pela sucata jogada do Alto pela cidade de Zalem É uma situação que lembra um pouco Elisium, aquele filme do Matt Damon, lembra? É justamente no meio dessa sucata que um cientista, o doutor Dyson Ido, vivido pelo Christoph Waltz, um perito em robótica, encontra uma parte do corpo de uma cyborg extremamente sofisticada Ele consegue restaurar essa cyborg e ela volta à vida, mas não consegue se lembrar de absolutamente nada do seu passado
O doutor Ido passa a ter uma relação de pai e filha com essa cyborg, que ele chama de Alita Até o dia em que uma determinada situação traz à tona uma série de habilidades de batalha que essa ciborgue possui Uma arte marcial conhecida como Panzer Kunst, que é praticada apenas por cyborgues, visa neutralizar oponentes muito maiores e foi extinta há centenas de anos Demais, né? A partir daí, a cyborg Alita vai procurar as peças que faltam para montar o quebra-cabeça que é o seu passado e finalmente descobrir quem ela é e de onde ela veio E é claro que algumas pessoas, tanto na Cidade de Ferro quanto em Zalem, já sabem quem ela é em uma caçada se inicia para ver quem consegue capturar a cyborg para se valer dos seus dons de batalha
A primeira coisa que você precisa saber sobre esse filme é que ele é uma adaptação de um mangá do início dos anos 90 criado pelo Yukito Kishiro, que durou de 1991 até 1995, tendo ao todo 9 volumes Mas além do título principal, essa série também teve várias sequências A história é extremamente longa e cheia de detalhes que obviamente não forma para o filme Esse filme é dirigido pelo Roberto Rodrigues e tem a produção do James Cameron, aquele mesmo de Titanic e Avatar E o James Cameron tem os direitos de filmes há 20 anos, mas demorou até agora para colocar esse projeto em prática, porque, segundo ele, só agora os efeitos especiais tinham condições de reproduzir as imagens saídas da mente do yukito kishiro
Na minha opinião, ele fez muito bem, porque esse filme é visualmente deslumbrante Não tem como não ficar de boca aberta vendo os cenários que a equipe de efeitos especiais construiu Eu sei que provavelmente a primeira coisa que você vai me perguntar é se adaptação é fiel ao mangá E eu vou responder para você: sim e não Visualmente, o filme é igual ao mangá, tem cenas com enquadramentos que foram literalmente tirados do quadrinho
É claro que com os recursos visuais dos dias de hoje, os caras conseguiram transmitir para a tela toda a grandiosidade e a imponência que o yukito kishiro queria passar com as histórias dele Visualmente esse é um filme belíssimo, que me lembrou muitas vezes o arrebatamento que eu tive quando eu fui assistir o Jogador Número 1, do Steven Spielberg Você fica simplesmente imerso naquele mundo distópico, pós-apocalíptico, totalmente Cyber punk e ao mesmo tempo cheio de vida e cheio de cores A Cidade de Ferro, na qual a protagonista vive é uma Torre de Babel, com pessoas falando diferentes línguas, vivendo em um lugar que é uma mistura de diferentes culturas, e todos vão convivendo nesse mundo superpopuloso e sucateado A ambientação é fantástica
A história é exatamente a mesma dos quadrinhos, com algumas mudanças no peso dos personagens No mangá, o personagem do Hugo não aparece tão cedo na história e apesar de ser importante, não é tão importante quanto no filme E o tom do filme também é um pouco mais leve do que o tom do mangá Alita – Anjo de Combate é um mangá feito para adultos e o filme, apesar de ter cenas bem violentas, não é tão violento quanto o mangá O filme é bem mais família do que o mangá, que é mais sangrento
Basicamente, essas são as diferenças e semelhanças que eu notei Na época em que o filme se passa é claro que nós vemos muitas mudanças sociais bem radicais totalmente estabelecidas E uma dessas mudanças, que também é uma das das questões que nos vemos como pano de fundo para essa história, é a questão dos aperfeiçoamentos feitos em seres humanos A história se passa no século 26, e vai um pouco na contramão do que nós temos visto ultimamente em matéria de mundos distópicos e ficção científica, no sentido que nós não temos a questão da evolução através das experiências genéticas, da manipulação do DNA e muito menos a presença de qualquer tipo de inteligência artificial Nós temos uma evolução forçada, mais desajeitada, mais grosseira, na qual os aprimoramentos são feitos através de implantes cibernéticos para que as pessoas da Cidade de Ferro consigam dar conta dos seus afazeres, que são na grande maioria das vezes trabalhos braçais pesados
E esses aprimoramentos não são nem um pouco discretos, são bem grotescos pra dizer a verdade Mas é claro que, no século 26, isso não é nenhuma novidade e é encarado com a maior naturalidade do mundo Mas Alita nos coloca esse questionamento: Qual a fronteira para nossa humanidade? A partir de que momento você se torna tão modificado, aprimorado, que deixa de ser considerado humano em um cenário como esse? A personagem principal é uma cyborg, praticamente toda robótica com a única exceção do cérebro, que continua sendo o cérebro de uma adolescente humana E num determinado momento do filme você chega perceber uma certa dose de preconceito para com as pessoas que não tem nenhum tipo de aprimoramento cibernético Eu achei isso muito interessante
Particularmente, eu gostaria que os roteiristas tivessem explorado um pouco mais dessa questão, porque se eles tivessem feito isso, e ao mesmo tempo aproveitado as cenas de ação insanas desse filme, Alita ia fácil para a lista dos cinco melhores filmes do ano com certeza Infelizmente, essa questão acaba ficando apenas como um pano de fundo O James Cameron, produtor e um dos roteiristas desse filme, conseguiu fazer algo parecido com isso de forma muito bem feita em Avatar, com um questionamento bacana sobre ecologia naquele caso, mas nesse filme ele parece ter ficado um pouco receoso de deixar a história cerebral demais Pelo menos, essa foi a impressão que eu tive Uma pena
Como não poderia deixar de ser, um dos pontos altos de Alita – Anjo de Combate é a ação Cara, a ação desse filme é o estado da arte Como a gente viu nos trailers, nesse mundo do século 26 existe um esporte que alia a tecnologia às lutas de gladiadores É um esporte chamado um motorball, no qual ciborgues totalmente tunados batalham em uma pista de corrida Se você assistiu aquele filme chamado Rollerball, Os Gladiadores do Futuro, é basicamente aquele mesmo conceito, só que ligado em 220
As cenas das disputas de motorball, são de tirar o fôlego, são simplesmente espetaculares São as cenas de ação mais impressionantes de todo o filme E é claro que em um determinado momento a protagonista se envolve nesse meio As cenas de luta pelas ruas da cidade de ferro também são sensacionais Por falar nisso, todas as cenas de luta que nós temos nesse filme saíram diretamente do mangá, até mesmo alguns movimentos específicos que a Alita faz são retirados diretamente das páginas das histórias do yukito kishiro
Sem spoilers, certo, mas tem um momento com uma luta num bar, o que aliás é um clássico, que é muito bem bolado e ajuda a mostrar como a protagonista é casca grossa Uma das coisas boas a respeito desse filme, é que ele traz um elemento muito importante e tradicional dos mangás e animes que é o conceito de consequências E com consequências, eu quero dizer que as ações da protagonista provocam reações de outros personagens que beiram o limite da tragédia Esse é um filme que não tem pena dos seus personagens Isso não é muito comum nos filmes de ação americanos e eu acredito que essa seja a grande contribuição das adaptações de mangás e animes para os filmes de ação de Hollywood
Essa noção de consequência é uma coisa que os fãs de mangás e de animes como Neon Genesis Evangelion, por exemplo, reconhecem na hora como um elemento dessas histórias É claro que Alita não é tão brutal quanto a versão do mangá, emocionalmente falando, mas eu acredito que seja a adaptação que mais chega perto do espírito dessas histórias japonesas até hoje Em matéria de personagens, é claro que o grande destaque vai para a própria Alita, que é interpretada de forma brilhante pela atriz Rosa Salazar Eu sei que o rosto dela foi modificado pelo CGI, eles fizeram aqueles processos de captura de movimentos, mas mesmo assim era ela interpretando e as expressões faciais de surpresa, alegria e tristeza eram dela mesma É de longe a personagem com mais coração e, por mais paradoxal que isso possa ser, mais humanidade
Não tem como não ficar encantado com a personagem, cara É claro que no começo, você pode estranhar um pouco o aspecto dela, com aqueles olhos muito grandes, mas isso é uma coisa que foi puxada do mangá e já nas primeiras cenas você se esquece desse detalhe A protagonista é muito bem construída, em todos os sentidos Os outros personagens são todos um pouco mais superficiais, até mesmo o Christoph Waltz, a Jennifer Connelly e o Mahershala Ali E você vê que isso não é por incompetência, eles tiram o que podem do roteiro
Mas o roteiro não deixa muito espaço para eles trabalharem, ele se concentra demais na protagonista O Christoph Waltz, que faz o papel do pai adotivo da Alita, é quem mais chega perto de ter um desenvolvimento de personagem propriamente dito Ele trabalha como uma espécie de médico para os aprimorados da cidade de ferro que não tem condições de pagar por reparos Mas esse cientista esconde um segredo Que nós só vamos descobrir lá no meio do segundo ato do filme me ajuda a mover a narrativa
É claro que em alguns momentos, por conta de um tipo específico de situação, a protagonista passa a ter alguns flashes da vida passada dela E, cara, esses flashes por si só fazem com que você queira ver um filme inteiro contando a história dessa vida pregressa dela Esses pequenos pedacinhos de memória que ela vai catando ao longo do filme expandem todo o universo desse mundo do século 26 para além do próprio planeta Terra É muito legal e com certeza você vai ficar extremamente curioso para saber mais sobre os acontecimentos daquelas eras passadas É uma pena que esses momentos de lembranças sejam poucos ao longo do filme e também breves demais
Uma coisa sobre a qual a gente precisa falar mais especificamente é o final desse filme, o encerramento dessa história O final de Alita pode parecer em suspenso para aquelas pessoas acostumadas a um final mais tradicional, mas no padrão do cinemão de Hollywood Vai depender do seu ponto de vista É claro que acontece um fechamento, o encerramento de um ciclo, com a protagonista tendo passado por uma transformação significativa em relação ao início do filme Eu não estou dizendo que o filme termina na metade, pelo amor de Deus não vai achar que eu tô dizendo isso
Mas, se você estiver mais acostumado com o padrão mais fechadinho dos filmes de ação de Hollywood, talvez você possa estranhar um pouco esse final Não é um final tradicional Pra mim, ele funcionou muito bem É um tipo de final que me agrada particularmente, mas eu sei que não é todo mundo que acha isso É claro que os produtores optaram por um final um pouco mais aberto pra deixar no ar a possibilidade de não apenas uma, mas várias continuações, uma vez que a história do mangá é enorme
Mas essa é uma estratégia perigosa e uma continuação vai depender de como o filme vai se comportar nas bilheterias ao redor do mundo Eu torço para que ele vá muito bem, porque eu realmente gostei desse filme e acho que, apesar de alguns pontos negativos que realmente me incomodaram, no todo é um filme extremamente divertido Já que nós falamos neles, pontos negativos Sim Como eu disse, esse filme tem um problema um pouco sério de desenvolvimento de personagem para todos os coadjuvantes
Enquanto que a protagonista é muito bem desenvolvida, alguns personagens, como o interesse amoroso dela, o Hugo, deixam bastante a desejar Particularmente no caso do Hugo, que é vivido pelo ator Keean Johnson, ele é tão mal desenvolvido que eu simplesmente perdi qualquer interesse pelo personagem a partir da metade do segundo ato O grande lance é que nós temos personagens com possibilidades muito bacanas, como a Chiren, vivida pela Jennifer Connelly, ou o Vector, vivido pelo Mahershala Ali, que são totalmente sub aproveitados E é claro que se um vilão não é bem desenvolvido, ele passa a não ser ameaçador Então, o filme perde um pouco de peso, de densidade por conta disso
Mas, no final das contas, Alita Anjo de Combate é um filme acima da média, com muita ação, efeitos especiais surpreendentes, um visual simplesmente fantástico, e um desenvolvimento de personagem que é muito bem feito, mas infelizmente só se aplica à protagonista Eu recomendo que você assista a esse filme, principalmente se você gosta de filmes de ação, filmes cheios de efeitos especiais e também se você curte mangás e animes, porque essa, na minha opinião, é a melhor adaptação de animes já feita para o cinema Bom, eu sei que não foram muitas, né? Mas, das que foram feitas, essa é a que eu mais gostei Não é um filme perfeito, obviamente, mas ele é extremamente divertido e eu tenho certeza que você também vai se apaixonar pela protagonista, a cyborg combatente Alita Agora eu queria pedir para você compartilhar esse vídeo no WhatsApp ou no Facebook ou por sinal de fumaça com todos os seus amigos que podem se interessar por esse assunto, para que eles também possam se inscrever aqui no canal e ajudar a nossa família aumentar de tamanho
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