Cloverfield agora é uma trilogia Uma trilogia na qual o monstro do terceiro filme se parece com o monstro do primeiro filme, só que é muito maior
E tanto o monstro do terceiro quanto do primeiro filme são completamente diferentes do monstro do segundo filme Além disso, nenhum personagem é o mesmo e nem mesmo as linhas temporais parecem as mesmas E aí? Como é que isso tudo se encaixa? É o que a gente vai tentar descobrir agora mesmo, então se liga aí! Oi, eu sou Gustavo Cunha, e ao contrário do que eu geralmente faço, esse vai ser um vídeo cheio de Spoilers sobre Cloverfield Paradox, o terceiro filme da franquia Cloverfield, e que estreou direto na Netflix Na verdade, isso não vai ser nem mesmo um review, porque a minha intenção com esse vídeo é tentar explicar como os três filmes dessa franquia se relacionam Embora, lá no final eu tenha algumas coisas para dizer sobre esse filme especificamente
Então se você ainda não assistiu Cloverfield Paradox, passa antes na Netflix, pra assistir o filme, porque se você assina a Netflix,você já pagou por ele, e depois volta aqui para ver se você entendeu a mesma coisa que eu Porque, inclusive, eu posso estar completamente errado e aí nesse caso você me explica, certo? A primeira coisa a ser dita é que essa série de três filmes não tem nada de convencional Em primeiro lugar, porque ela não foi planejada para ser uma série O segundo filme da franquia, Rua Cloverfield 10, começou como um roteiro intitulado The Cellar, e a princípio não ia ter aquele final sci-fi Foi Aos 45 do segundo tempo, que a produtora Bad Robot resolveu mudar o roteiro, colocar aquele final e adicionar o nome Cloverfield ao filme
Uma coisa extremamente parecida aconteceu com esse novo filme, Cloverfield Paradox Originalmente, esse filme se chamava A Partícula de Deus, e estava sendo produzido para a Paramount, para estrear cinema Porém, no meio da produção, o JJ Abrams resolveu usar esse filme para amarrar os outros dois filmes anteriores da série Cloverfield O grande problema é que isso fez com que esse filme, que foi programado para custar muito menos, estourasse o orçamento em muitos milhões No final das contas, Cloverfield Paradox custou 40 milhões de dólares, e a Paramount não fazia ideia de como reaver esse valor, muito menos de como lucrar com o filme
Justamente por isso o lançamento foi adiado várias vezes Acontece que para a Netflix, ter um novo filme da franquia Cloverfield com exclusividade seria um ótimo negócio Sendo assim, eles pagaram a bagatela de 50 Milhões de Dólares pelos direitos desse filme Todo mundo ficou feliz, principalmente a Paramount, que se livrou de um problema e ainda ganhou dez milhões de dólares E para entender como essa série de filmes se conecta, é preciso antes entender como esse terceiro filme se explica isoladamente
Porque, por mais que isso possa parecer estranho, esse terceiro filme é o filme que deu origem aos outros dois filmes que vieram antes dele Tá, eu sei isso é estranho, mas vai fazer sentido daqui a pouco, eu prometo Cloverfield Paradox se passa no ano de 2028 e mostra um futuro no qual recursos energéticos limitados levaram a humanidade à beira de uma crise internacional, a terceira guerra mundial A Última Esperança do planeta é uma estação espacial chamada Cloverfield, tripulada por um time de astronautas de várias nacionalidades, equipada com o maior acelerador de partículas já criado, com potencial para prover energia limpa e ilimitada Porém, a ativação dos equipamento envolve um risco não apenas para a tripulação da estação, mas também para o planeta Terra e para todo o universo
Acontece que uma instabilidade em um acelerador de partículas poderia deixar ele instável a ponto de provocar um colapso no tempo e no espaço A propósito, essa parte não é ficção científica Essa teoria é defendida por gente muito importante no meio científico, como o próprio Stephen Hawking, um dos seres humanos mais inteligentes que já pisaram no planeta E é justamente isso que faz o plot do filme ser tão interessante, porque esse é um perigo real No filme, esse risco é descrito pelo personagem Mark Stambler, um teórico que escreveu um livro chamado O Paradoxo Cloverfield
E o que ele diz na breve entrevista que aparece no filme é o seguinte “Esse acelerador é mil vezes mais poderoso do que qualquer outro já construído Toda vez que eles o testam, eles se arriscam a romper a membrana do tempo e do espaço, fazendo com que múltiplas dimensões possam colidir, transformando a realidade E não apenas na estação, em todo lugar Esse experimento pode acabar liberando o caos jamais visto, com monstros, demônios, feras do mar
E não apenas aqui e agora, mas no passado, no futuro e em outras dimensões” Para explicar isso melhor para você, eu preparei uma montagem Cara, é uma montagem extremamente tosca, mas eu acho que ela pode ajudar você a entender Cara, imagina que o multiverso, a soma de todos os infinitos universos, é a água dessa piscina Uma instabilidade em um acelerador de partículas gigantesco poderia causar um evento com uma energia tão forte que afetaria esse multiverso por inteiro
Nesse caso, o dedo tocando na água representa a liberação de energia resultante dessa instabilidade Como você pode notar, os efeitos dessa instabilidade vão para absolutamente todos os lados, para o futuro, para o passado, e também para outras dimensões Todos os universos próximos ao nosso seriam afetados de uma forma ou de outra E se a gente simplesmente fizer uma troca dos nomes dessas dimensões pelos nomes dos filmes da franquia, fica bem fácil de entender a dinâmica da série Eu avisei para você que era tosco
Mas deu para entender, não deu? E é justamente isso que aconteceu, o acidente causado pela instabilidade no acelerador de partículas na estação Cloverfield, não apenas lançou a estação em um universo paralelo, mas também causou uma ruptura no espaço e no tempo, fazendo com que a realidade se transformasse em uma coisa distinta nas dimensões mais próximas É por isso que os três filmes não parecem ter a mesma linha do tempo, não parecem se passar na mesma dimensão Porque eles não se passam Eles se passam em dimensões diferentes, que foram igualmente afetadas pela estabilidade E é por isso também que esse filme, que se passa em 2028, é o filme de origem dos acontecimentos dos filmes de 2008 e 2016
Compreensivelmente, os efeitos no nosso Universo são muito mais fortes, e é por isso que por aqui vários monstros acabaram caindo Você se lembra né que o personagem Michael fala ali no finalzinho do filme para que eles não tragam a esposa dele de volta, para que digam para ela dar meia volta, que ela vai pousar exatamente onde ELES estão Eles, no caso, são os monstros Porque no universo em que se passa Cloverfield Paradox, e que sentiu os maiores efeitos da instabilidade, o planeta Terra agora é um planeta povoado por monstros Criaturas tão gigantescas, que são capazes de se erguerem acima das nuvens
Você faz ideia do que é um bicho desse tamanho Em um dos outros universos afetados pela instabilidade, que é mostrado no primeiro filme, apenas um monstro, ainda filhote, acabou aparecendo Enquanto que em outro universo, mostrado no segundo filme, uma raça de criaturas interdimensionais acabou passando através da fenda – basicamente a mesma coisa que acontece em Círculo de Fogo E isso significa que um próximo filme da franquia pode se passar tanto no presente, quanto em um passado distante, ou mesmo em um futuro longínquo Porque cada filme vai mostrar um universo paralelo diferente, sendo afetado de forma diferente em um tempo diferente Essa vai ser a cola que vai ligar esse CLOVERVERSO do JJ Abrams
E algumas pistas de que os três filmes se passam em Universos paralelos são dadas neste último filme Se você prestar atenção, vai perceber que a apresentadora do programa de TV que está entrevistando o autor do livro é a mesma mulher que aparece em Rua Cloverfield 10, tentando entrar no abrigo Além disso, o sobrenome do pesquisador que escreveu o livro Paradoxo Cloverfield é Stambler, o mesmo sobrenome do personagem do John Goodman em Rua Cloverfield 10, que se chama Howard Stambler Se você for notar, eles até mesmo se parecem fisicamente, e decididamente compartilham o mesmo entusiasmo por teorias de destruição global E além de tudo isso, uma multinacional japonesa, chamada Tagruato, é uma espécie de eminência parda em todos os três filmes, com ligações obscuras em relação aos acontecimentos
No primeiro filme, o braço de mineração da Tagruato aparece como um dos pontos atacados pelo monstro No segundo filme, a Bold Futura uma divisão da Tagruato que trabalha com pesquisa militar, é responsável por contratar o personagem do John Goodman, o Howard Stambler E no site fictício da empresa na internet, adivinha qual foi a última postagem a ir ao ar antes de a página ser desativada? Essa postagem aqui, dizendo que a empresa está desenvolvendo uma fonte de energia limpa e ilimitada que provavelmente vai estar acessível a toda a humanidade no ano de 2028 Além disso, a bordo da estação Cloverfield, vários equipamentos tem o logo da Tagruato Bom, mesmo depois de entender como todos esses filmes se conectam, eu, particularmente acredito que esse filme poderia ter sido melhor desenvolvido
Ele não tem nem o impacto da narrativa do primeiro filme e nem a qualidade de interpretação do segundo filme O roteiro deste terceiro filme não consegue se fixar em um plot específico Em um momento, você pensa que ele vai falar sobre sabotagem, depois parece que ele se volta para uma entidade sobrenatural matando os membros da tripulação, terror no espaço, e depois a personagem da Elizabeth Debicki, simplesmente se transforma em uma máquina de matar fria e determinada, e é meio difícil de comprar essa mudança Além disso, algumas coisas simplesmente não se explicam, como por exemplo, como é que um braço pode permanecer vivo após ser decepado e, muito mais do que isso, ter consciência própria do que está acontecendo ao redor e, muito mais do que isso, saber que o giroscópio que sumiu da nave estava dentro do corpo do Volkov… junto com as minhocas? Quer dizer que este não é um filme divertido? Não, claro que não! Além disso, se você paga a Netflix, você já pagou por esse filme É definitivamente um filme divertido, que vale a pena ser assistido
Ele é cheio de ação, de momentos de suspense e bons efeitos especiais MAS, em hipótese alguma esse é um filme marcante, como foi Interestelar, por exemplo, que é uma obra de arte e também é um filme que trata de teorias da física quântica Ou mesmo o primeiro Cloverfield, com aquela narrativa em primeira pessoa única Para mim, o grande pecado de The Cloverfield Paradox é que ele tem um argumento excelente, que na teoria podia costurar toda essa trilogia de forma excepcional Mas ele falha justamente em construir a história ao redor desse argumento, com um roteiro confuso, no qual você sequer sabe quem é o vilão, ou mesmo SE EXISTE um vilão, porque esse papel fica passando de personagem pra personagem
Mas o que é que o Tata sempre diz nesse momento? Que não é o cara da internet que tem que dizer se você gosta ou não de um filme Você tem que ir lá e tirar as suas próprias conclusões E eu torço pra que você se divirta muito assistindo a esse filme Eu quero saber de você, o que você achou de Cloverfield Pardox Deixa o seu comentário aqui embaixo, pra todo mundo ficar sabendo, certo? E por hoje era isso, eu espero que mesmo assim você tenha gostado do vídeo
Não esquece de compartilhar ele porque isso me ajuda demais a divulgar o canal e a manter ele no ar E eu queria também convidar você para se inscrever no meu Instagram eu tô sempre colocando várias fotos por lá, se você quiser conhecer um pouco mais sobre o meu outro trabalho como músico, você é meu convidado Cara, uma vez mais muito obrigado e até a próxima!
