Hoje em dia a moda são os filmes de super heróis, mas mesmo o público já tendo comprado a idéia e até aceitado, não pode-se dizer que os filmes são assim fiéis aos quadrinhos Tirando um ou outro personagem e história, na maior parte das vezes é baseada nos personagens, não uma adaptação direta
Exemplo: Logan é baseado na história Old Man Logan, mas assim, baseado de longe A Era de Ultron, de era mesmo, não tinha nada, a única referência que a história tinha era o próprio Ultron Nos mangás a transição de uma mídia é um pouco pior mais complicada Tirando No Limite do Amanhã, aquele filme com o Tom Cruise que é baseado em um mangá e é muito legal, de verdade, geralmente pegar uma história dos quadrinhos japonesa e ocidentalizá-la não parece funcionar Os elementos culturais japoneses são bem diferentes dos que estamos acostumados por aqui
Mangás são lidos de trás pra frente, os animes tem uma estrutura narrativa menos formal, os personagens tem comportamentos que podem parecer estranhos para nós e é só pensarmos que Hayao Miyazaki é o Walt Disney deles que tudo fica bem mais claro na cabeça da gente Mas quando fazem uma adaptação como A Vigilante do Amanhã a gente vê como essa transição pode ser complicada, ainda mais quando os executivos americanos precisam americanizar os elementos e personagens, com medo de que o grande público rejeite atores orientais Eu perco o sono só de pensar que faz anos que o título Akira surge na lista de possíveis adaptações e sei que a americanização vai ficar ruim Eu sei que vai ficar ruim, as chances de ficar boa são ridículas Mas eu deixo esse sofrimento para depois, agora chegou a vez de encararmos a adaptação de Death Note
Antes um aviso importante: eu não sou otaku, eu acompanho muito pouca coisa de animes, mangás, apesar de até assistir a bastante filmes japoneses e coreanos Então este vídeo não vai ter análise comparativa entre os personagens, entre a história do Death Note original e essa versão americanizada, acredito que vai ter uns quinhentos outros canais que vão fazer essas comparações O que eu vou fazer aqui é falar sobre esse filme da Netflix, especificamente, com um ou outro comentário em relação ao original A primeira coisa que eu preciso falar é que Death Note tem um conceito muito interessante e esse provavelmente é o segredo do sucesso: imagine você ter em suas mãos um livro no qual você pode colocar o nome de alguém que você quer que morra e assim que você colocar o nome dela, ela morre Nunca tive tendências psicopatas ou assassinas, pelo contrário, por exemplo eu, moleque de doze, treze anos, matei um passarinho com uma espingarda de chumbinho e até hoje durmo com essa culpa na minha consciência
Talvez eu usaria o livro com um pouco mais de racionalidade, sei lá, vai saber Mas eu tenho certeza que tem um monte de rabugentos que estão assistindo a este vídeo agora que se tivessem o Death Note nas mãos iam sair matando geral E Death Note é sobre isso Um moleque chamado Light tá lá, fazendo porra nenhuma no pátio de um colégio quando de repente cai do céu, ao seu lado, um caderno O tal Death Note
Aí ele descobre que basta escrever o nome de alguém no caderno, enquanto se lembra do rosto da pessoa, e essa pessoa morre de acordo com a morte escolhida por ele Tipo eu escrevo: Morre o Frank Miller depois que cair uma estante cheia de quadrinhos do Spirit na cabeça dele, e é exatamente isso que acontece Aí o Light imediatamente depois que encontra o caderno tropeça no valentão da escola, e uma coisa estranha acontece: na hora que o valentão vai bater nele, o Light diz: "Você já tem dezoito anos e se bater em mim vai ser violência infantil" Hahahaha! Véi, o ator que faz o Light tem 23 anos e parece ter 23 anos O filme já começou meio ridículo, mas eu tentei deixar essa parte pra lá, vamos focar no que vem depois
Aí ele encontra o Ryuk, que é um deus do mal lá, que fica infernizando a vida do Light, e o Light arruma uma namorada, e ela fica maluquinha pelo livro e aí surge um superdetetive chamado L que é melhor que o Xeroque Rolmes, e o filme vira uma caçada entre eles É isso Tirando o tema polêmico de ter o poder de matar alguém, o resto parece ser apenas um drama romântico policial adolescente O ritmo é inconstante, em alguns momentos tudo acontece lentamente, em outros existe a urgência de fazer o enredo ir além do básico, adaptar uma história em quadrinhos não é fácil, mais difícil ainda quando é um mangá com 108 capítulos Isso não vai caber em uma hora e meia de filme, nem se for dance
Aliás, em alguns momentos do filme eu fiquei com a impressão de ver uma série, da maneira que os acontecimentos eram contados Talvez fosse melhor terem feito uma série, funcionaria para quem conhece o original e ofereceria mais informações para quem não conhece E o Light, personagem principal, é burro demais para ser ou um herói ou um supervilão, ele não é um revolucionário com idéias interessantes Não, é apenas um idiota com uma arma nas mãos Tudo em volta da história dele é meio confuso, não existe realmente uma motivação para o personagem matar pessoas além dele ter que matar senão o enredo não anda
Como eu disse lá no começo, o conceito por trás de Death Note é mais interessante que a história mesmo, como lidar com o poder de matar alguém, qualquer um, quando quiser E esse conceito acaba sendo o único real motivo para o filme virar assunto A pergunta que todos vão fazer é: quem você mataria? Se eu tivesse o Death Note em mãos o primeiro que eu mataria seria o Light Ô personagenzinho burro Eu poderia fazer a pergunta óbvia aqui tipo: qual personagem da cultura pop você mataria se tivesse o Death Note em mãos
Mas dane-se essa pergunta, eu só quero mesmo falar que o filme termina com a versão americana de O AMOR E O PODER! A música na sombra, O ritmo no ar Um animal que ronda No véu do luar Eu saio dos seus olhos Eu rolo pelo chão Feito um amor que queima Magia negra Sedução Como uma deusa Você me mantém E as coisas que você me diz Se você não quer que o Nerd Rabugento cante no final de seus vídeo seja um apoiador do canal! Agora, se você quer que eu continue a cantar, apoie ainda mais!!! A música na sombra O ritmo no ar Um animal que ronda No véu do luar